Trump promete “uma América para os americanos em primeiro
lugar”
A posse de Donald Trump como o 45º presidente dos Estados
Unidos ocorreu no prédio do CapitólioMandel Ngan/AFP/Direitos Reservados
Ao tomar posse nessa sexta-feira (20) como o 45º presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump prometeu que, tanto nos EUA quanto no
exterior, buscará sempre o interesse dos norte-americanos em primeiro lugar.
"Estamos transferindo o poder de Washington, e dando de volta para
vocês", disse ele na ocasião ao grande público presente ao evento, frisando
que a partir de agora "uma nova visão governará” o país.
"A partir deste dia, uma nova visão governará nossa
terra. A partir deste dia, vai ser apenas a América primeiro. América
primeiro!", disse Trump. Segundo ele, a partir de agora, todas "as
decisões sobre o comércio, sobre impostos, sobre imigração, sobre assuntos
externos, serão feitas para beneficiar trabalhadores americanos e fábricas
americanas".
Ele é o presidente mais velho na história a assumir a
presidência do país e tomou posse erguendo a mão direita e colocando a esquerda
sobre uma Bíblia usada por Abraham Lincoln, para repetir o juramento previsto
na Constituição dos EUA. O juramento foi dirigido pelo presidente da Suprema
Corte dos Estados Unidos, John Roberts. Em seguida, Trump abraçou a esposa,
Melania, e outros membros de sua família e logo após iniciou seu discurso de
posse.
"Este momento é o seu momento, ele pertence a
você", disse Trump à multidão estimada em cerca de um milhão de pessoas.
Ele enumerou alguns dos temas da campanha eleitoral e disse que, na presidência
ajudará as famílias de classe média em dificuldades. Falou ainda que vai
fortalecer as fronteiras dos Estados Unidos.
A transição de um presidente democrata para um republicano
ocorreu no Capitólio , o prédio do Congresso dos Estados Unidos.
Ex-presidentes, parlamentares e centenas de representantes do Corpo Diplomático
estavam presentes. Pela tradição, chefes de governo e de Estados estrangeiros
não são convidados para a posse de presidentes americanos.
De temperamento explosivo e sem experiência política
anterior, Trump tem, aparentemente, poucas das qualidades geralmente listadas
para aqueles que pretendem administrar uma os Estados Unidos.
Ainda assim, o bilionário republicano superou 19 meses de
luta para se impor dentro do Partido Republicano. Nesse processo, ele venceu
Jeb Bush, filho e irmão de dois ex-presidentes. E contra o Partido Democrata,
derrotou a experiente candidata Hillary Clinton, que passou oito anos na Casa
Branca como primeira-dama e foi secretária de Estado.
No quesito saúde,
Trump, com 70 anos, convive com a obesidade, não é chegado a dietas e
não gosta de fazer exercícios físicos. Porém, ele tem também qualidades: nunca
fumou e não gosta de bebidas alcoólicas. E, como um homem rico, os
especialistas em saúde dos Estados Unidos presumem que ele faça rotineiros
exames médicos.
Muitos duvidam que o bilionário cumpra a promessa que fez,
ao se colocar como pré-candidato pelo Partido Republicano, de romper com a
política do passado e inaugurar um novo estilo de governo.
Discurso
Trump fez um discurso duro durante a posse. Ele usou a
expressão "carnificina
americana" para se referir à criminalidade do país e disse também que
"a riqueza, a força e a confiança [dos EUA] tinham se dissipado" por
causa de empregos perdidos para o exterior. A referência não combina com o bom
momento da economia norte-americana e parece justificar seu plano de trazer
indústrias americanas que se instalaram no México e em outros países e não no
território americano.
"Por muito tempo, um pequeno grupo na capital de nossa
nação tem colhido as recompensas [da ação] do governo, enquanto as pessoas têm
suportado o custo. Os políticos prosperaram, mas os empregos sumiram e as
fábricas fecharam", disse Trump, aparentemente sem se incomodar que, ao
seu lado, assistindo à posse, estavam os ex-presidentes Barack Obama,.George
Bush e Bill Clinton.
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