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terça-feira, junho 28, 2011

Oferta para unir Carrefour e Pão de Açúcar prevê injeção de R$ 4,5 bi de BNDES e BTG Pactual
 
PARIS e SÃO PAULO - O Carrefour recebeu uma oferta de fusão no Brasil com o grupo Pão de Açúcar, na qual está prevista uma injeção de capital de 2 bilhões de euros (R$ 4,5 bilhões). A autora da proposta foi a Gama, empresa criada por um fundo do BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, e pelo BNDES. A oferta prevê investimento de 1,7 bilhão de euros (R$ 3,9 bilhões) pelo banco de fomento e 300 milhões de euros (R$ 683 milhões) pelo banco de investimento. Mas o grupo francês Casino, sócio do empresário Abílio Diniz no Pão de Açúcar e arquirrival do Carrefour, informou que está em posição para bloquear uma eventual fusão no Brasil.
A proposta prevê a criação de um grupo que dominará 27% do mercado brasileiro de varejo, afirmou a Estáter, empresa que assessora Abílio Diniz, sócio do Pão de Açúcar. A fusão consolida a liderança do Pão de Açúcar no Brasil, criando uma rede com vendas anuais estimadas em US$ 43 bilhões (30 bilhões de euros).
- Teremos ganho de escala significativo caso seja aprovada a operação - afirmou a jornalistas Claudio Galleazzi, sócio do BTG.
As negociações entre os grupos começaram a partir da iniciativa de Diniz, mas o Casino informou ainda que nenhuma negociação por parte do Pão de Açúcar pode ocorrer sem seu consentimento e que vai examinar a melhor forma de defender o interesse da rede brasileira e de seus acionistas.
Em maio, o Casino apresentou um pedido de arbitragem internacional contra Diniz, alegando que as supostas negociações do empresário com o Carrefour contrariam um acordo de acionistas. O Casino e o grupo de Diniz dividem em partes iguais a holding Wilkes, que controla 66% dos direitos de voto no Pão de Açúcar. As conversas com o Carrefour ocorrem enquanto a família Diniz se prepara para discutir o execício de opção do Casino para adquirir o controle total do Pão de Açúcar, que se torna válido em junho de 2012.
Partes iguais
A ideia é criar uma parceria estratégica combinando os ativos do Carrefour no Brasil com os do Pão de Açúcar em uma nova empresa, controlada em partes iguais. Sob os termos da proposta, a Gama se tornaria uma acionista importante do Carrefour, com uma participação de 11,7%, e poderia comprar ações adicionais representativas de até 6% do capital da varejista.
À Reuters, a Gama informou que não tem relação com Diniz. A oferta prevê que a Gama firme um acordo de acionistas e atue em conjunto com Blue Capital, Colony Blue Investor e Groupe Arnault, acionistas do Carrefour e que juntos detêm 20,2% dos direitos de voto na varejista francesa.
A empresa do BTG Pactual teria direito a dois lugares no conselho de administração do Carrefour, incluindo a vice-presidência, hoje ocupada Sebastien Bazin, chefe da Colony Europe.
O conselho de administração do Carrefour foi informado sobre os termos da proposta e vai avaliá-la nos próximos dias.
O Walmart, atualmente, ocupa a terceira posição no varejo brasileiro, com 11,2% do mercado. A união de Carrefour e Pão de Açúcar também geraria uma redução de custos de mais de US$ 1 bilhão ao ano, segundo relatório recente de analistas do Bank of America Merrill Lynch.
Ao unir forças com o Carrefour no Brasil, o Pão de Açúcar ganharia escala e equilibraria a erosão vista nas margens desde que ingressou no segmento de eletroeletrônicos com as aquisições de Ponto Frio e Casas Bahia, afirmam analistas. Aliás, os negócios ainda não receberam sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A empresa combinada teria três vezes o tamanho da unidade brasileira do Walmart, segundo o Bank of America Merrill Lynch.
Casino é obstáculo
Desde que surgiu a notícia de que Diniz discutia uma aliança com o Carrefour, o Casino vem expressando sua contrariedade.
- É improvável que esta transação aconteça em breve, porque, para isso acontecer, os acionistas do Pão de Açúcar precisam aprovar. É improvável que o Casino queira vender o negócio. É o ativo mais valioso deles. Dado que eles dividem o controle, eles devem poder bloquear a operação - afirmou o analista Christopher Hogbin, do Bernstein.
Mas outro analista, que pediu para não ter seu nome divulgado, informou que o fato de a proposta envolver o BNDES pode tornar mais difícil para o Casino bloqueá-la.
Segundo a Estáter, as sinergias de uma eventual união do Pão de Açúcar com o Carrefour no Brasil têm potencial de elevar o Ebitda da nova empresa combinada entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,7 bilhão ao ano.

Fonte: O Globo

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