Obama faz campanha por Hillary no Estado-chave de Michigan
Obama, que venceu nesse Estado nas duas eleições
presidenciais que disputou, fez um discurso voltado aos jovens, negros e
trabalhadores do setor automotivo, três grupos que a campanha de Hillary
necessita mobilizar
WASHINGTON – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
realizou nesta segunda-feira, 7, um de seus últimos comícios no estado-chave de
Michigan, que a campanha de Hillary Clinton já considerava ganho e agora teme
perder, para pedir que as pessoas que o apoiaram em 2008 e 2012 façam o mesmo
pela democrata.
Obama, que venceu nesse Estado nas duas eleições
presidenciais que disputou, fez um discurso voltado aos jovens, negros e
trabalhadores do setor automotivo, três grupos que a campanha de Hillary necessita
mobilizar para se impor sobre o candidato republicano, Donald Trump, nas
eleições desta terça-feira.
US President Barack Obama greets Chelsea Clinton after she
introduced him at a rally for her mother Democratic presidential nomnee Hillary
Clinton in Ann Arbor, Michigan, on November 7, 2016. / AFP PHOTO / NICHOLAS
KAMM
Barack Obama e Chelsea Clinton em Ann Arbor, Michigan. Foto:
Nicholas Kamm/AFP
“Michigan, se ganhei alguma credibilidade após oito anos
como presidente, peço que confiem em mim nisto. Eu já votei em Hillary porque
estou absolutamente confiante de que, quando ela for presidente, este país
estará em boas mãos”, disse Obama na cidade de Ann Arbor.
A ex-secretária de Estado também fará campanha nesta
segunda-feira em Michigan, um Estado tradicionalmente democrata que sua equipe
dava por conquistado até pouco tempo, quando os dois candidatos começaram se
aproximar nas pesquisas, que agora dão uma vantagem de 5 pontos para Hillary.
A visita de Obama demonstra a importância que a campanha democrata
dá aos 16 votos no colégio eleitoral desse Estado, cuja notável proporção de
eleitores brancos de classe trabalhadora pode optar por Trump.
Obama pediu que os eleitores do Estado “não se deixem
enganar” pelo candidato republicano, ao dizer que “em seus 70 anos sobre esta
terra, Donald nunca mostrou consideração pelas pessoas trabalhadoras”.
“Acho que ganhei alguma credibilidade aqui. Muitas fábricas
que tinham fechado quando cheguei ao poder agora estão trabalhando em turnos
duplos”, disse o líder americano ao lembrar o resgate do setor do automotivo
que ele impulsionou após a crise financeira.
Trump visitou Michigan no domingo e criticou a fuga de
trabalhos do setor desse Estado ao México, que segundo sua opinião está
“ensanguentando” a economia local.
O estilo naturalmente elegante de Barack Obama
Para combater esse argumento, Obama lembrou que no ano
passado Trump sugeriu em entrevista que uma forma de deter essa fuga de
empregos era movimentar parte da produção fora de Michigan, para Estados “onde
não há sindicatos, para poder pagar menos a esses trabalhadores”, nas palavras
do presidente.
“Ele não defende os trabalhadores”, argumentou Obama, que
disse que Trump “não pode ouvir as vaias” nesse comício, mas que “escutará os
votos” na terça-feira.
Obama se disse “nostálgico” porque este é seu “último dia de
campanha em muito tempo”, e lembrou sua primeira disputa presidencial, em 2008,
ao dizer o famoso lema “Yes, we can”.
“Eu não disse ‘sim, eu posso’, disse ‘sim, nós podemos'”,
ressaltou Obama, ao qualificar Trump como um candidato individualista.
O líder terá ainda nesta segunda-feira outro ato de campanha
em New Hampshire e participará depois de um movimentado comício na Filadélfia
com a primeira-dama, Michelle Obama, a própria Hillary Clinton, seu marido,
Bill e sua filha Chelsea, além de Bruce Springsteen e Bon Jovi.
Hillary fez a primeira parada do dia na Pensilvânia, um
Estado-chave que não tem voto antecipado, e onde pediu aos presentes que votem
pensando em seu “futuro”.
“Amanhã (terça-feira) vocês podem votar por um país
promissor, inclusivo, com um grande coração”, declarou Hillary Clinton na
cidade de Pittsburgh.
EFE