CPI do Futebol acaba sem indiciar cartolas; Romário
entregará relatório a MP, PF e Fifa
© FERNANDO DANTAS/Gazeta Press Romário também deixou
presidência do diretório estadual de seu partido
Nesta quarta-feira acabou a CPI do Futebol no Senado. Em votação,
o relatório aprovado foi o de Romero Jucá, com propostas para mudar o esporte
no Brasil, levando a melhor sobre o documento "alternativo" feito por
Romário e Randolfe Rodrigues, que pedia o indiciamento de Ricardo Teixeira,
José Maria Marin e Marco Polo del Nero.
A CBF teve três representantes na sessão desta manhã, como o
secretário-geral Walter Feldman (com rondagem de décadas nos corredores de
Brasília) e o deputado federal Vicente Cândido, integrante da "bancada da
bola".
No entanto, o ex-atacante prometeu levar seus arquivos às
autoridades.
"Durante meses de intenso trabalho, nos debruçamos
sobre milhares de documentos e comprovamos que uma organização criminosa,
estruturada por dirigentes e até políticos, vem destruindo o futebol
brasileiro. Enquanto dirigentes roubam para manter uma vida de luxo, nosso
esporte morre à míngua", escreveu o tetracampeão no Facebook.
"Diante dessa constatação, apresentei junto com o
senador Randolfe Rodrigues um relatório alternativo e pedi o indiciamento de
nove pessoas. O relator, Romero Jucá, entendeu que o objetivo da CPI era
somente propor mudanças estruturais, sem investigar. Hoje, os dois relatórios
estavam à disposição do plenário, sugeri que eles fossem mesclados, para que
pudéssemos dar uma resposta à altura da expectativa daqueles que nos confiaram
o voto. Infelizmente, não fui ouvido. O relatório do Jucá foi aprovado".
"O que acontece agora? Perdemos? Claro que não. Como
foi dito por alguns senadores durante a sessão, em muitas CPIs, o relatório
alternativo (não aprovado) deu mais resultado que o oficial. O próprio Romero
Jucá afirmou aos jornalistas que seu relatório tem o nome das pessoas que pedi
indiciamento", admitiu Romário.
"Tanto o meu relatório, quanto o do senador Jucá serão
encaminhados para o Ministério Público, para a Polícia Federal e para a FIFA.
Cabe agora a essas entidades continuar as investigações e tomar as providências
cabíveis", continuou.