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quinta-feira, outubro 29, 2015

Deputados batem boca e quase brigam em sessão da Câmara



A sessão plenária desta quarta-feira (28) foi marcada por bate-boca entre deputados e protestos contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

Com acusações de roubo de dinheiro público e de ligação com o narcotráfico, os deputados João Rodrigues (PSD-SC) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) protagonizaram discussão que, por pouco, não terminou em briga.

Tudo começou quando João Rodrigues usava a tribuna da Câmara para criticar parlamentares que eram contra a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, aprovada na terça-feira (27) por uma comissão especial da Casa.

Pelo aprovado, todos os cidadãos a partir de 21 anos poderão possuir e portar armas de fogo para defesa própria e do patrimônio.


O texto também permitiu deputados e senadores poderão andar armados, assim como pessoas que respondam a inquérito policial ou processo criminal. 

O deputado de Santa Catarina sugeriu que parlamentares que são contra a flexibilização, como Jean Wyllys, "se postam como que se fossem verdadeiros defensores de bandido".

Rodrigues lembrou que o deputado do PSOL foi eleito com a ajuda da exposição que teve em um reality show do qual foi o vencedor em 2005. — Pela sua história, ele não merece meu respeito e da maioria dos deputados.
Vídeos pornôs 

Em resposta, Jean Wyllys acusou Rodrigues de roubar dinheiro público.

— Homens decentes não assistem vídeos pornôs durante a sessão plenária. Homens decentes não são condenados por improbidade administrativa, por roubar dinheiro público, como o deputado foi.

O deputado do PSOL se referia ao flagra feito pela imprensa, em maio deste ano. Durante uma votação de propostas da reforma política na Casa, Rodrigues foi flagrado assistindo vídeo e vendo fotos pornôs. Na época, o parlamentar afirmou que tinha apenas aberto um vídeo enviado em grupo do aplicativo WhatsApp.

— Portanto quem não tem moral para representar o povo brasileiro é ladrão. Qualquer programa de televisão é mais decente do que deputado que rouba dinheiro do povo na sua administração pública. E olha deputado resta saber se seu vídeo pornô era hetero ou homossexual.
Defesas

Em defesa do correligionário, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP) anunciou que, se Jean Wyllys não provar que o Ricardo Rodrigues é ladrão, entrará com representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Izar já foi presidente do colegiado e atualmente está na suplência.

A líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), saiu em defesa de Jean e classificou como "deplorável" e "fascista" a agressão contra o colega. A deputada disse que Jean é tão deputado como os outros e tem direito a apresentar projetos e manifestar sua opinião em plenário.

— Às vezes tenho a sensação de que estamos na idade média neste plenário [em referência à pauta conservadora da Casa].

Em seu discurso, a líder aproveitou para cobrar a saída de Cunha.

— A situação do presidente da Câmara está ficando insustentável.

Protesto contra Cunha
Pouco depois do primeiro bate-boca, mais confusão em plenário. Eduardo Cunha chamou a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) para discursar, mas ela diz não ter tido tempo de chegar à tribuna.

— Ele não permitiu o tempo de caminhar. Estou há mais de três meses inscrita para falar. Ele [Cunha] sabe que não vou poupá-lo no meu discurso. Ele marcou [sessões] extraordinárias todas as vezes que fui sorteada.

A deputada é filha do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, ex-aliado e atual desafeto de Cunha.
Sem poder falar, Clarissa subiu à Mesa e posicionou-se atrás de Eduardo Cunha com um cartaz em que se lia "Cunha quer trazer o dinheiro sujo da Suíça. Diga não", em alusão às contas secretas na Suíça atribuídas ao presidente da Câmara e seus familiares.

— Estou fazendo essa manifestação em forma de cartaz porque não tem jeito de falar.

Há uma semana, Clarissa interrompeu uma entrevista coletiva de Cunha. À época, ele menosprezou a intervenção.


— Foi só um parlamentar. A Casa tem 513.

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