Senado cassa mandato de Delcídio do Amaral

Delcídio teve o pedido de cassação de mandato por quebra de
decoro parlamentar aprovado após um longo processo iniciado logo depois do
senador ter sido preso, em novembro do ano passado, por obstrução da Justiça. O
senador foi flagrado em conversa com o filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor
Cerveró, oferecendo propina e um plano de fuga para que Cerveró não firmasse
acordo de delação premiada com o Ministério Público no âmbito da Operação Lava
Jato.
Para que o parlamentar perdesse o mandato eram necessários os
votos favoráveis da maioria absoluta dos 81 senadores, ou seja, 41 votos.
Votação do impeachment
Antes de anunciar o resultado, o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL) apresentou para os senadores os procedimentos da sessão
para votar o parecer da comissão especial constituída para avaliar o
afastamento da presidenta Dilma Rousseff por susposto crime de
responsabilidade, marcada para amanhã (11).
Segundo Renan, a sessão marcada para iniciar às 9 h começa
com as falas dos senadores inscritos por ordem de inscrição. “A palavra será
distribuida por 15 minutos por cada orador. Temos que assegurar o tempo
regimental de cada senador”, disse.
Os trabalhos serão suspensos em dois momentos, ao meio-dia e
depois às 19h para que os senadores possam se alimentar ou fazer outras
tarefas. “Guardamos os dois intervalos para preservar esse bloco [de senadores]
que já passa dos 60 anos”, brincou Renan.
Até o início da noite desta terça-feira haviam mais de 50
oradores inscritos. Antes de encerrar a discussão da sessão de amanhã, o
plenário terá as falas do relator do processo na Comissão Especial do
Impeachment no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), e do advogado-geral da
União, José Eduardo Cardozo.
Não haverá orientação de bancada e nem a participação dos autores
do pedido. “A votação será feita pelo processo eletrônico de votação”, disse
Renan.