Leitura de relatório do impeachment é concluída e começa
prazo para votação
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil *

O senador Vicentinho Alves (PR-TO) foi designado pelo
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e fez a leitura em plenário
das conclusões do relatório do senador Antonio Anastasia favorável à
admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Com isso, o prazo de 48 horas para a votação do relatório em
plenário começa a contar e a previsão é que a sessão de análise da matéria seja
iniciada na próxima quarta-feira (11). Se a admissibilidade for aprovada pelos
senadores, a presidenta será imediatamente afastada por até 180 dias, enquanto
o Senado voltará a analisar no mérito se Dilma cometeu crime de responsabilidade
e deve ser definitivamente impedida.
A restrição da leitura às conclusões do relatório provocou
protestos por parte dos senadores governistas. A senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR) requisitou que Alves fizesse a leitura completa do relatório e reclamou
que a redução fere o direito de defesa. “Por que essa pressa? Será que num
processo dessa gravidade os senadores não podem sentar e ouvir o relatório
inteiro?”.
O presidente, no entanto, manteve o procedimento de leitura
e comunicou que as cópias do relatório seriam entregues aos senadores para que
todos pudessem ter conhecimento do inteiro teor do documento.
Momentos antes da leitura, Renan respondeu às questões de
ordem apresentadas pela base governista, que tinham a intenção de adiar a
leitura e a votação do relatório da Comissão Especial do Impeachment, e
rejeitou todas.
Delcídio
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do
Senado adiou mais uma vez a votação do parecer do relator Ricardo Ferraço
(PSDB-ES) favorável a cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (sem
partido-MS), por quebra de decoro parlamentar.
Os senadores alegam que precisam ter conhecimento de novas
informações acrescentadas à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR)
contra o senador no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas como o presidente da
CCJ, José Maranhão, a informação de que o processo que seria adicionado ao caso
do Delcídio corre em segredo de justiça, ele informou que há condições para que
a reunião da comissão ocorra amanhã.
Marcada para hoje (09), inicialmente a votação estava
prevista para a última quinta-feira, quando os senadores decidiram adiar para
evitar possíveis questionamentos judiciais que poderiam anular uma decisão da
comissão.