Traficantes presos lavaram R$ 20 milhões em imóveis e carros
de luxo no Rio G. do Norte
0 A quadrilha presa nesta terça-feira (6) na operação
Medellín, do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, é
suspeita de ter lavado cerca de R$ 20 milhões com a compra de imóveis e carros
de luxo. Entre os presos estão os advogados Ana Paula Nelson e Allan Clayton
Pereira de Almeida, suspeitos de associarem aos traficantes. Até o começo da
tarde desta terça, 14 pessoas já tinham sido presas na ação.
Segundo os promotores de Justiça Flávio Pontes e Rodrigo
Câmara, os imóveis e carros apreendidos em poder da quadrilha foram adquiridos
com o tráfico de drogas. "Essa quadrilha era bem articulada. Para se ter ideia
do quanto movimentavam, na casa de um dos presos foi encontrada até mesmo uma
máquina para contar dinheiro", falaram.
Além dos imóveis e carros, foram apreendidos jóias,
máscaras, binóculos, armas e cerca de 300 litros de gasolina, que estavam estocados
na casa de um dos presos. Segundo a Polícia Civil, a suspeita é que esse
combustível pudesse ser usado em ataques criminosos semelhantes aos registrados
em julho e agosto passados em todo o Rio Grande do Norte.
Os presos na operação Medellín são suspeitos de tráfico de
drogas, associação com o tráfico e lavagem de dinheiro. Ao todo, foram
expedidos 14 mandados de prisão, 12 de condução coercitiva (quando a pessoa é
levada a depor e depois é liberada) e 26 de busca e apreensão.
O MP afirma também que os chefes da quadrilha
"adquiriram vultuoso patrimônio decorrente do tráfico de drogas,
transferindo a administração desses bens a terceiras pessoas que àqueles se
associaram criminalmente, dissimulando a propriedade dos bens adquirido com o
tráfico”, e que “a investigação também comprovou a participação dos advogados
Ana Paula Nelson e Allan Clayton Pereira de Almeida e do falecido policial
civil Iriano Serafim Feitosao na associação criminosa.
As investigações vêm sendo realizadas em conjunto pela Polícia
Civil, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e 80ª
Promotoria de Justiça, com o apoio da Secretaria de Segurança Pública do
Estado. Participam da operação 21 delegados, 110 agentes e escrivães e mais
quatro promotores de Justiça.
G1RN